Prestes a começar a 23ª edição do evento em Gramado, nesta terça, evento cumpriu metas e agradou aos expositores
O empresário Julio Viana, da Expovest, continua intrépido. Mal terminou na última semana a 4ª edição da Fenin Fashion Inverno São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, já se prepara para dar arrancada na 23ª edição da Fenin Inverno RS, que acontece em Gramado, na Serra Gaúcha, a partir desta terça-feira (22/1) prosseguindo até sexta (25/1), com predomínio do tricô e do jeanswear.
(Foto: Divulgação)
O balanço da Fenin Fashion São Paulo acaba de sair e é positivo: foram 600 marcas expostas numa feira de negócio compacta, condizente com o momento ainda bastante austero de retomada da economia. Apesar do tamanho enxuto (e do calor!) – que não deve se repetir agora no Rio Grande do Sul, tradicionalmente um evento bastante sólido no que se refere ao abastecimento de inverno das lojas de departamento, fast fashions e multimarcas, portanto maior –, ficou evidente que o período é de arranque do mercado. “Quando a gente vê a turma de expositores investindo em belos estandes e caprichando no merchandising visual, fica claro que existe um prognóstico favorável”, decreta Julio.
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Julio Viana fala com otimismo do momento: “A feira em São Paulo foi boa e vendeu pelo menos R$ 300 milhões de reais. Ainda não tenho os números finais, mas podem chegar a R$ 500 milhões. Era para a gente ter feito uma feira com 14 ou 15 mil m2, mas com uma leva dos chineses e teve os contêineres presos no Porto, no Rio de Janeiro, ficamos com cerca de 9 mil m2. É um número bom”.
“Em São Paulo tivemos cerca de 9 mil CNPJs visitando a feira. Como nunca as empresas vão com um só comprador, as lojas de departamento vão com no mínimo três, cerca de uns 25 mil visitantes circularam pelo pavilhão”, completa Julio.
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Sobre esse período de mudança de governo, o diretor comercial da Expovest é categórico: “Estou acreditando nas possibilidades, ainda haja reveses. Bolsonaro não vai conseguir fazer tudo o que ele quer, apesar de bem-intencionado. Por outro lado, mesmo sendo inexperiente, está com gana. Veja bem, ele vai ser obrigado a fazer alianças, vai ter que engolir Renan Calheiros e Rodrigo Maia para conseguir aprovar os projetos na Câmara. Se conseguir aprovar uns 40%, está bom. O Brasil precisa ir para frente e ser como Hong Kong, Aquela ilha, por exemplo, é diferente do Brasil, não produz nada. Mas é uma potência comercial; está no mapa”, explica Julio.
Lojistas de 27 estados passaram pela Fenin SP: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espirito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Norte, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e São Paulo, claro. De fora do Brasil, marcaram presença compradores da Argentina, Bolívia, Chile, China, Equador, Eslováquia, Estados Unidos, Japão, Paraguai, Peru, Uruguai e até Botswana.
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Vale tudo para se destacar em tempos ainda bicudos de competição arraigada. Alguns expositores, como a APA Confecções, fornecedor de alfaiataria sediado no Rio de Janeiro, que apostou na renovação do vestuário investindo naquilo que até então seria impensável para um fabricante de roupa clássica masculina no Brasil, conhecido como um mercado pouco ousado nesse segmento: a nova coleção trouxe peças e toques de cores que fogem ao padrão local, como o roxo e o uva. Herança da mega exposição do Pantone Ultra Violeta eleito como gama do ano passado?
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Já o Grupo Marquente, que engloba marcas de jeans como Gangster, Dixxie, Overcore, Mosaico e Ninety Eight, apostou na ostentação: com a meta de superar 2018, teve um crescimento de 20%. A estratégia? Aumentar o sortimento, conforme revela Paulo Jorge, gerente de produto e marketing do grupo: “Fomos agressivos. Em São Paulo apresentamos 2.800 itens, sendo 80% masculinos e 20% femininos. E ainda mostramos uma prévia do próximo verão. Deu certo”. Ele já se adianta sobre como deve ser a performance agora em Gramado: “Já temos 300 agendamentos confirmados pelas nossas equipes de representação, acima da outra edição de inverno. E a perspectiva de abertura de 50 clientes novos”.
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O gestor destaca o sucesso da jaqueta leve, em microfibra, e o aumento expressivo de compras dos clientes do Sudeste, além de uma percepção que se afina com a proposta da APA: “Apostamos no vermelho como highlightpara eles. Foi sucesso.O público masculino e geral está ficando mais detalhista, exigente, atento às tendências e influenciado pela velocidade das redes sociais”.
Por: Alexandre Schnabl